sábado, 23 de abril de 2011

Armas, armas e mais armas

Saio da minha mudez diante do massacre na escola Tasso da Silveira para dar uns pitacos no assunto. Fiquei mudo porque outra coisa não me cabia na ocasião, diante deste ato de ruptura, de rompimento com o conhecido e o sabido. Fiquei de olho naqueles que conseguiram, certamente não sem esforço e reflexão, dizer alguma coisa que preste. Daí, uns pitacos:
O senador Cristóvão Buarque escreveu artigo publicado na imprensa sobre o papel das escolas públicas no enfrentamento da questão da violência. Bacana, mas ele não mencionou a atuação dos meios de comunicação, especialmente a televisão. Agora que o pessoal está com algum dinheiro no bolso, certamente vão aumentar os acessos à TV, aberta ou "fechada". Em ambas pode-se notar uma escalada de violência e sangue, especialmente nos seriados americanos (que acompanho há muitos anos), cada vez mais apelativos ao nosso sadismo embutido - ou masoquismo -  armas de montão, tiros pra cacete, cenas de extrema brutalidade, assassinos seriais, heróis e vilões vestidos preferencialmente de preto, coisa e tal. É claro que não cabe censura, mas cabe perguntar qual será a relação dessas emissoras e desses programas com os interesses e necessidades da sociedade (o ovo ou a galinha?). E o que diz a "sociedade"? Parece que, por enquanto, nada. 
Pitaco 2 : Faço minha a pergunta da jornalista Dorrit Harrazim:  Onde estavam muitos dos que choram o massacre da escola quando votaram contra o controle da produção e distribuição de armas no Brasil, no plebiscito de anos atrás?