quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Vovô viu a uva na Saúde

"Uma cartilha causa polêmica com orientações sobre o uso de drogas pesadas, preparada com base na política de redução de danos, foi parar na mão de crianças e adolescentes em Sorocaba, no interior de São Paulo. O folheto foi distribuído aleatoriamente. Os pais que viram a cartilha ficaram assustados e procuraram a Prefeitura da cidade cobrando explicações".
A notícia, inacreditável, saiu no Globo on line de hoje. É incrível pela demonstração de incompetência dos responsáveis por essa cartilha, pela incompreensão de regrinhas básicas da comunicação, especialmente da Comunicação em Saúde. Para começo de conversa, "folheto distribuído aleatoriamente" é uma redundância. Não há folheto que não possa ser distribuído sem controle, já sabíamos nós ao receber panfletos contra a ditadura militar. A mania das "cartilhas" (coisa de quem acredita que o povão não sabe nada e precisa ser ensinado na base do vovô viu a uva), além de baseada em preconceitos, representa uma visão certamente superada em termos de comunicação no campo da Saúde. O suporte em papel, que também determina conteúdo, acaba servindo mais para garantir maiores despesas públicas nas gráficas do que benefícios para os profissionais e usuários. Estão aí os suportes em vídeo, na internet e outras maravilhas tecnológicas que talvez pudessem ser mais aproveitadas para a comunicação em múltiplas vias e mãos entre os interessados, incluindo os usuários.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Corte internacional para o assassino norueguês

Corte Internacional de Haia
Esse norueguês com sorriso de Mona Lisa deveria ser julgado em corte internacional, com previsão legal para a pena de morte (em geral sou contra, mas esse caso dá o que pensar) ou prisão perpétua no melhor dos casos. Nada de bom mocismo: o assunto deve ser discutido publicamente e em escala planetária. O mesmo deveria ter ocorrido com o tal do Bin Laden, mas, aparentemente, mataram-no com conveniente rapidez depois de descoberto.  

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Nós não acredita nos jornal

 fini
Não li o livro da professora Heloísa Ramos, mas o artigo do professor e linguista Marcos Bagno no Globo de hoje ajudou a esclarecer o assunto do suposto estímulo a erros gramaticais num livro didático. Também conversei com uma amiga com militância, muito preparo na área e que se deu ao trabalho de ler o livro.
Isso e mais o simples fato de que jornalões estão fixados em dar porrada no MEC, dá o que pensar.
O que os jornalões e suas "sábias" fontes procuram deliberadamente ignorar é: 1) o livro é dirigido a
alunos jovens e adultos, não a crianças; esses alunos comumente vêem a escola como um ambiente opressivo, onde demonstrar ignorância da norma culta pode virar objeto de menosprezo e bronca de certos professores e eventualmente dos próprios colegas; 2) Como diz o Marcos Bagno, esses
alunos necessitam de acolhida aos seus próprios saberes, que diferem da norma culta, para que possam aprendê-la sem asfixia da sua identidade social - e é essa a proposta, não a de um "livro didático
que aceita erros gramaticais"; 3) Uma pergunta que ficou e que vi respondida por minha amiga educadora é sobre a necessidade ou não de inserir tal questão num livro destinado a alunos, em vez de dirigi-la
somente a professores: "Já está na hora de pôr o assunto preto no branco para os alunos. A questão (da linguagem popular X norma culta) vem sendo discutida há muito tempo entre educadores e a singularidade do livro é apresentá-la aos principais interessados, os alunos", afirma.
Para mim, zé fini.

sábado, 23 de abril de 2011

Armas, armas e mais armas

Saio da minha mudez diante do massacre na escola Tasso da Silveira para dar uns pitacos no assunto. Fiquei mudo porque outra coisa não me cabia na ocasião, diante deste ato de ruptura, de rompimento com o conhecido e o sabido. Fiquei de olho naqueles que conseguiram, certamente não sem esforço e reflexão, dizer alguma coisa que preste. Daí, uns pitacos:
O senador Cristóvão Buarque escreveu artigo publicado na imprensa sobre o papel das escolas públicas no enfrentamento da questão da violência. Bacana, mas ele não mencionou a atuação dos meios de comunicação, especialmente a televisão. Agora que o pessoal está com algum dinheiro no bolso, certamente vão aumentar os acessos à TV, aberta ou "fechada". Em ambas pode-se notar uma escalada de violência e sangue, especialmente nos seriados americanos (que acompanho há muitos anos), cada vez mais apelativos ao nosso sadismo embutido - ou masoquismo -  armas de montão, tiros pra cacete, cenas de extrema brutalidade, assassinos seriais, heróis e vilões vestidos preferencialmente de preto, coisa e tal. É claro que não cabe censura, mas cabe perguntar qual será a relação dessas emissoras e desses programas com os interesses e necessidades da sociedade (o ovo ou a galinha?). E o que diz a "sociedade"? Parece que, por enquanto, nada. 
Pitaco 2 : Faço minha a pergunta da jornalista Dorrit Harrazim:  Onde estavam muitos dos que choram o massacre da escola quando votaram contra o controle da produção e distribuição de armas no Brasil, no plebiscito de anos atrás?   

terça-feira, 29 de março de 2011

Cabeças raspadas

Fazendo coro ao amigo jornalista Rogério Marques, recomendo a leitura do artigo do historiador Daniel Aarão Reis em https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/3/29/os-cabecas-raspadas; é a descrição da arbitrariedade cometida contra os que questionaram a visita do presidente dos EUA, Barack Obama, em frente ao consulado americano.

domingo, 27 de março de 2011

Obama de paraquedas.

Atrasado, caindo de não se sabe onde, o meu comentário sobre a visita do presidente dos EUA: de fato, Obama e família muito simpáticos e com um discurso diferenciado e positivo. Mas que ficou esquisita aquela ordem, dada em território brasileiro, de bombardear a Líbia, , ah isso ficou. E a presidente demorou muito a reagir, "lamentando" o episódio.

"Fecham-se os olhos cor de violeta"

O jornalista que escreveu este título no Globo, em homenagem a Liz Taylor, pode ter 20, 30, 40 anos, não importa. Certamente é uma alma antiga, daquelas que criavam, voavam e brincavam com as "pretinhas" sem distorcer os fatos, mas também sem se tornar escravos da chamada realidade. Na sua simplicidade, uma beleza de título para uma beleza de mulher.
Foto editada a partir da página Uhull S.A. 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O faturamento da mídia em 2010

Campanha salarial de jornalistas é sempre uma boa oportunidade para revelar coisas que os jornalões não gostam de informar. Segundo o boletim "Lidão", do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, o faturamento dos veículos de comunicação com a venda de espaço publicitário cresceu 20,6% entre janeiro e outubro de 2010, em relação ao mesmo período de 2009, contra uma inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 5,19%.  
O faturamento campeão no período ficou com a mídia via Internet, perto de 29%. Em seguida vem a TV por assinatura, que faturou 26% a mais do que no ano passado. Mas a TV aberta continua com a maior fatia do mercado (63,2%), com crescimento igual ao da TV por assinatura (26%) em relação ao mesmo período de 2009.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

E o ratinho salva o leão...

Recebi do escritor Antonio Luiz d'Araujo esta colaboração, muito bem-vinda ao Gajó Ulup: 

Por incrível que pareça, os países emergentes podem vir a ser os salvadores do mundo desenvolvido.
Nações que antes eram apontadas como problemáticas por agências dedicadas à classificação de riscos do mundo desenvolvido, agora podem ajudar a recuperação da economia globalizada.
Segundo declarou Juan Iranzo, diretor do Instituto de Estudos Econômicos, da Espanha, ao jornal "El Pais", "apesar de ainda persistirem desigualdades entre países ricos e pobres, estas estão diminuindo graças ao crescimento sólido das economias emergentes integrantes do grupo BRIC (Brasil, Rússia, India e China )".
Hoje, o consumo não é somente de americanos , europeus e japoneses, uma vez que as classes médias dos BRICs, que não sofreram o impacto da crise econômica, aumentaram suas rendas disponíveis. O economista acredita que "os novos consumidores serão a tábua de salvação das economias desenvolvidas. Somente na Ásia são incorporados ao mercado cerca de 90 milhões de novos consumidores por ano, o equivalente a uma Alemanha inteira."
As economias do BRIC somam 40% da população mundial e 25% do PIB global. Além disso, o potencial de crescimento dos novos mercados é enorme. Crescem entre 15% a 30% anualmente. O único perigo para os emergentes seria a inflação.
Por esta razão, o governo brasileiro anunciou que fará cortes no orçamento correspondentes a 32 bilhões de euros, cerca de 1,5% do PIB.
Quem diria, há alguns anos, que economias "problemáticas" poderiam ser a salvação da economia mundial?
(Ilustração extraída da página atividadeinfantil.com)