segunda-feira, 23 de maio de 2011

Nós não acredita nos jornal

 fini
Não li o livro da professora Heloísa Ramos, mas o artigo do professor e linguista Marcos Bagno no Globo de hoje ajudou a esclarecer o assunto do suposto estímulo a erros gramaticais num livro didático. Também conversei com uma amiga com militância, muito preparo na área e que se deu ao trabalho de ler o livro.
Isso e mais o simples fato de que jornalões estão fixados em dar porrada no MEC, dá o que pensar.
O que os jornalões e suas "sábias" fontes procuram deliberadamente ignorar é: 1) o livro é dirigido a
alunos jovens e adultos, não a crianças; esses alunos comumente vêem a escola como um ambiente opressivo, onde demonstrar ignorância da norma culta pode virar objeto de menosprezo e bronca de certos professores e eventualmente dos próprios colegas; 2) Como diz o Marcos Bagno, esses
alunos necessitam de acolhida aos seus próprios saberes, que diferem da norma culta, para que possam aprendê-la sem asfixia da sua identidade social - e é essa a proposta, não a de um "livro didático
que aceita erros gramaticais"; 3) Uma pergunta que ficou e que vi respondida por minha amiga educadora é sobre a necessidade ou não de inserir tal questão num livro destinado a alunos, em vez de dirigi-la
somente a professores: "Já está na hora de pôr o assunto preto no branco para os alunos. A questão (da linguagem popular X norma culta) vem sendo discutida há muito tempo entre educadores e a singularidade do livro é apresentá-la aos principais interessados, os alunos", afirma.
Para mim, zé fini.