domingo, 31 de janeiro de 2010

A melhor crítica ao BBB

A melhor crítica que já vi ao BBB, do cordelista e educador Antonio Barreto.

A Voz do Cordel: BIG BROTHER BRASIL, UM PROGRAMA IMBECIL

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Um outro Davos - a resistência

Com o mote “Nas resistências se esboça um outro mundo”, começa hoje e vai até amanhã o seminário “Um outro Davos”, que acontece na Universidade da Basiléia, Suíça, e pretende ser um contraponto ao encontro do Fórum Econômico Mundial. Da mesma forma que o Fórum Social Mundial, realizado agora no Brasil, discute-se e questiona-se nas palestras e oficinas sobre tudo que diga respeito ao sistema capitalista. No campo da Saúde no seu conceito amplo, destacam-se pelo menos duas intervenções: a de Franco Cavalli, integrante da executiva da União Internacional contra o Câncer, com o tema “A mundialização capitalista contra um bem comum: o direito à saúde para todos e todas”; e a apresentação do brasileiro Ricardo Antunes, professor da Unicamp, colaborador do MST, sobre “A lógica destrutiva do capitalismo no Brasil : o modelo agro-exportador, a fome e a exploração.”

Mais detalhes sobre “Um outro Davos” na página http://www.otherdavos.net (em inglês, francês ou italiano).

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Hanseníase: o que mudou na política

Gajó estranhou a declaração a O Globo (24/1/2010), da coordenadora do Programa Nacional de Controle da Hanseníase, Maria Aparecida Grossi, de que o Ministério da Saúde não pretende utilizar a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminar a hanseníase (lepra) no Brasil, o que na prática significa atingir o objetivo de apenas um caso por 10 mil habitantes. Segundo a matéria assinada por Carolina Benevides, “o país não prega mais a eliminação da doença, e sim o seu controle”.

Fizemos uma consulta ao Ministério da Saúde para saber o que mudou, pois, pelo menos até 2006, a proposta era atingir a meta fixada pela OMS. A resposta ainda não veio, mas uma olhada nos documentos do próprio Ministério sobre o assunto permite tirar algo próximo a uma explicação.

Acontece que a tentativa de enquadrar as estatísticas brasileiras à meta da OMS trouxe distorções nos números levantados pelo Ministério e que servem como indicadores para definir estratégias de combate à doença (que apresenta altas taxas principalmente nas regiões da Amazônia Legal) e estabelecer o necessário fornecimento de medicamentos gratuitos. Este teria sido um dos principais motivos para que em 2007 o Ministério tenha decidido mudar o foco do registro de\ casos de hanseníase; no último relatório de gestão do programa dedicado à doença, publicado pelo MS, é oficialmente adotada a diretriz de “mudar o foco de trabalho, adotando como perspectiva o controle da hanseníase e não a sua eliminação”. Mas os indicadores de prevalência (número total de casos novos e antigos numa determinada população) continuam valendo para comparação internacional, sem comprometer indicadores considerados mais precisos pelo Ministério para o combate à doença.

Não custa lembrar que hanseníase é reconhecida mundialmente como uma doença ligada à pobreza e más condições de higiene, entre outros fatores.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

De olho no PNDH


O Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH), lançado recentemente pelo governo, se apresenta confuso e fragmentado na mídia. Problema da imprensa e da comunicação do governo? Por exemplo, fica na sombra o fato de que o PNDH representa o cumprimento de uma diretriz fixada há muito tempo pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O plano faz referência aos chamados “Princípios de Paris”, contidos em Resolução de 3.3.92 da Comissão de Direitos Humanos da ONU (ver em www.dhnet.org.br). A Resolução reforça a necessidade de criar instituições, propostas e ações destinadas a promover os direitos humanos em todos os campos da atividade social.
No campo da Saúde, o PNDH propõe realizar nada menos do que 25 ações para “ampliar o acesso universal a um sistema de saúde de qualidade”. A primeira delas: “Expandir e consolidar programas de serviços básicos de saúde e de atendimento domiciliar para a população de baixa renda, com enfoque na prevenção e diagnóstico prévio de doenças e deficiências, com apoio diferenciado às pessoas idosas, indígenas, negros e comunidades quilombolas, pessoas com deficiência, pessoas em situação de rua, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, crianças e adolescentes, mulheres, pescadores artesanais e população de baixa renda.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Ministério da Pesca e Aqüicultura.”

Parece muito amplo para ser verdade. Mas representa uma mudança de linguagem, de foco e um compromisso a ser cumprido. O que não acontece sem luta. Fiquemos de olho.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A imprensa cubana em debate

O jornal eletrônico Carta Maior publica um artigo sobre o crescente debate na imprensa cubana questionando o controle dos meios de comunicação naquele país e a censura exercida pelos "inomináveis". Aqui, a apresentação da própria Carta Maior. A íntegra do artigo pode ser lida em http://www.cartamaior.com.br

"A mobilização atual da sociedade cubana é um esforço declarado, pelo menos de parte da intelectualidade e de dirigentes políticos, pelo aprofundamento da democracia e do socialismo no país, em favor de uma maior participação popular nas decisões. Esse clima se reflete também na imprensa, acusada nos debates populares de omitir assuntos considerados inconvenientes e de não retratar adequadamente a realidade do país. Mas, se é verdade que a mídia cubana deixa a desejar na cobertura das grandes questões nacionais, é igualmente verdade que ela tem sido sensível às críticas da sociedade. A análise é de Hideyo Saito."

domingo, 17 de janeiro de 2010

Davos: sombrias previsões para a saúde


Gajó deu uma voada pelos preparativos do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, e viu o relatório de Risco Global 2010 que será apresentado aos participantes no final de janeiro. As previsões do relatório quanto à questão da saúde são sombrias, incluindo o Brasil. Os Brics, (Brasil, Rússia, Índia e China) perdem mais de 20 milhões de anos produtivos (um indicador do impacto de doenças sobre os trabalhadores), anualmente, devido a doenças crônicas ligadas a má alimentação, alcoolismo, tabagismo, doenças cardiovasculares e obesidade, entre outras. O documento indica que essas perdas deverão aumentar.
O relatório cobra uma atuação mais enérgica neste sentido não só dos governos, mas principalmente das empresas privadas, incluindo aquelas que assumiram o chamado “Compromisso Chan”. Este é resultado de um acordo entre oito grande grupos empresariais produtores de alimentos e outros artigos ligados diretamente à saúde das pessoas: General Mills, Inc. Kellogg Company , Kraft Foods , Mars Incorporated, Nestlé S.A., PepsiCo, Coca-Cola e Unilever.
No documento firmado por seus altos executivos, estas empresas se comprometem, em resumo, a mudar as fórmulas dos seus produtos para torná-los mais saudáveis; ampliar e detalhar as informações para os consumidores sobre questões de nutrição; rever e limitar a propaganda dos produtos destinados às crianças; estimular a atividade física dos consumidores; desenvolver e ampliar parcerias com a Organização Mundial da Saúde e outras entidades para cumprir esses objetivos.
Vamos ver se vai ser cobrado. E o que vai ser cumprido.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Arte e saúde: desafios do olhar


Uma abordagem original e bem bolada de questões ligadas à saúde é o livro “Arte e saúde: desafios do olhar”, publicado pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV- Fiocruz). A edição do livro baseou-se no projeto Arte e Saúde, desenvolvido pelos alunos da Escola, buscando articular um diálogo entre os dois campos, a partir da análise de filmes, peças teatrais e outros produtos audiovisuais ligados a temas da Saúde.

Por exemplo, o trabalho de Ana Lucia Almeida Sotto Mayor que ensaia uma comparação entre o livro “O Alienista”, de Machado de Assis e o filme “Um Azyllo muito Louco”, de Nelson Pereira dos Santos; ou “A História da Tuberculose contada em Floradas na Serra”, de Dilene Raimundo do Nascimento, que parte do filme de 1954 estrelado por Cacilda Becker, Jardel Filho e Ilka Soares; ou ainda o trabalho de Maria Cristina Miranda sobre o filme “O Homem-Elefante”.

Contatos da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio:
http://www.epsjv.fiocruz.br

Coordenação de comunicação, divulgação e eventos: 21 38659737

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Congresso de saúde esquenta debate sobre o SUS


Prestem atenção nesse fenômeno de mídia que é a revista Radis, editada por um grupo de bambas jornalistas ligados à Fiocruz , com uma tiragem mensal de 65 mil exemplares, dedicada à comunicação em Saúde. A edição de janeiro traz excelente cobertura do 9º Congresso de Saúde Coletiva, em Olinda, Pernambuco, que reuniu 7 mil pessoas, com mais de 10 mil trabalhos inscritos. O congresso, promovido pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), só foi assunto da “grande” imprensa quando o presidente Lula esteve presente. Fora isso, silêncio, apesar da importância dos temas em pauta e do agito cultural que dominou o encontro, como não poderia deixar de ser em se tratando de anfitriões nordestinos.

Por exemplo, a revista cobriu o debate sobre “O público e o privado na gestão do SUS”, que superlotou o auditório do congresso com a palestra do jornalista-sanitarista Mário Scheffer. Ele alertou para os riscos de “naufrágio do Sistema Único de Saúde”. Para o jornalista, a sociedade está sob pressão de uma crescente presença de grupos privados na Saúde, e comprova: somente um quarto da população brasileira é coberta por planos e seguros de saúde; mas 60% dos hospitais são privados, bem como 90% das unidades de diagnóstico e terapia. Citando a reforma da saúde proposta pelo presidente Obama nos EUA, Scheffer afirma: “a reforma faz uma pergunta até singela: onde está a eficácia do privado quando ele gera instituições (no caso, as seguradoras) que se preocupam mais com os lucros do que com o bem-estar da clientela?”. E mais: Há uma nova onda – e não marolinha - de crise de identidade do SUS, com a expansão das fundações, OSs, instituições privadas travestidas de filantrópicas, planos privados voltados para as classes Ce D. “A velocidade da privatização à revelia do debate democrático tem inquietado os defensores do SUS”,diz.

Veja a revista Radis em www.ensp.fiocruz.br / radis.

Endereço eletrônico: radis@ensp.fiocruz.br

domingo, 10 de janeiro de 2010

O maior grupo de mídia do mundo se desfaz


Há nove anos, precisamente em 10 de janeiro de 2001, a AOL, a velha America On Line, anunciava a sua fusão com a poderosa Time Warner, formando "o maior grupo de mídia do mundo". Mostrando que a crise financeira nos Estados Unidos não poupou ninguém, no mês passado a Time Warner anunciou o movimento oposto, separando-se da AOL e, nas palavras de um repórter da AP, "fechou o livro sobre um dos mais desastrosos acordos de negócios da história".

Tudo indica que a separação fez bem à saúde da Time Warner e da AOL. Esta é atualmente bem diferente da velha America on Line. Ao contrário do que se esperava com a fusão, os serviços de banda larga da Time Warner sufocaram as fontes de negócios da AOL, tornando inviável a atuação do grupo.

Mas para o mercado de trabalho e os jornalistas nos EUA a notícia não é boa. Além de cortar milhares de empregos, a AOL pretende alimentar seus espaços na web com material barato de free-lancers - jornalistas autônomos pagos por matéria, que no Brasil apelidamos de frilas. Mais um avanço da chamada precarização do trabalho.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Conheça a VideoSaúde





Gajó recomenda: quem quiser conhecer o trabalho da VídeoSaúde, Distribuidora da Fiocruz, que entre nos sites http://www.icict.fiocruz.br/ e http://neidedinizapresentavideosaude.blogspot.com/ .
A VideoSaúde dispõe de um acervo de mais de 4 mil vídeos sobre saúde no seu conceito amplo, não apenas como ausência de doenças, mas abrangendo todos os fatores que, combinados, servem de referência para medir a qualidade de vida das pessoas e coletividades. Parte deste acervo é apresentada no programa VideoSaúde, transmitido semanalmente pela UTV, canal 11 da Net.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

ABI, um foro para a imprensa

O debate sobre a regulamentação dos meios de comunicação, especialmente no campo da ética, parece engessado em duas ou três posições. Ficamos entre a proposta de criação de um “conselho federal de jornalismo” - mais um organismo corporativo fechado; uma nova Lei de Imprensa – depois que a outra foi devidamente derrubada; e mais algumas variantes que incluem o controle do Estado sobre a mídia ou a ausência total de qualquer limite para a atuação das empresas de comunicação. A sociedade não é convidada a se pronunciar em nenhuma dessas opções. Mas tudo indica que é perfeitamente possível criar os instrumentos necessários ao controle social dos meios de comunicação sem necessidade de intervenção estatal ou de corporações fechadas. Este é, pelo menos, o objetivo de uma proposta que apresentei há tempos à Associação Brasileira de Imprensa – que seria por excelência a entidade capaz de articular na prática os diversos interesses envolvidos em qualquer polêmica sobre os limites éticos desta ou daquela notícia veiculada pelos jornais, rádios e tvs, inclusive as publicações on line; a ABI poderia ser a interlocutora e mediadora ideal para reunir as partes em conflito, analisar conteúdos com a participação de pessoas de diversas áreas de atividade e oferecer soluções para reparar, em termos jornalísticos (indenizações monetárias ficam com a Justiça), eventuais danos provocados pelo material publicado. A proposta foi elaborada há anos e encaminhada à ABI e ao seu presidente, Maurício Azedo, além de representantes do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro. É um tanto longa e decidi retirá-la do blog, deixando este resumo a quem interessar possa. 

domingo, 3 de janeiro de 2010

Comunicação e Saúde do Trabalhador


BOA LEITURA


Vale a pena conhecer o livro de Adriana Kelly dos Santos, doutora em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp - Fiocruz), com o título de “Comunicação e Saúde do Trabalhador”. É uma pesquisa que deu origem à sua dissertação de mestrado e mostra como funcionam, ou não, os esquemas dominantes de comunicação com os trabalhadores e com a população em geral no que diz respeito à saúde. Por exemplo, ela conclui da sua pesquisa que “as práticas de comunicação e educação em saúde não fazem parte das prioridades dos programas (de saúde do trabalhador) e ocorrem de maneira restrita, pontual e pulverizada.” E mais: “O pólo emissor (das comunicações em saúde), não se preocupa em direcionar a oferta de mensagens a públicos específicos (...)". “Os trabalhadores são tratados como se vivessem sob as mesmas condições sociais e culturais”, o que “desperta pouco interessse dos receptores” (os trabalhadores). O livro é da editora Juruá - http://www.editorialjurua.com/.
Diante do que aconteceu em Angra no Ano Novo, só cabe o silêncio. E a esperança de que se cumpram as promessas de apertar o controle e a fiscalização das encostas e da construção de prédios ou casas. Talvez, quem sabe, esteja fazendo falta também um hospital de emergência na Ilha Grande, cuja ausência motivou pelo menos uma família a desistir de passar o réveillon na região. Segundo pessoas que conhecem muito bem a área, só existem dois postos de saúde, um deles municipal, recentemente reformado e em muito boas condições, no Abraão. Se pensarmos que a população da região de Angra, parte dela na ilha, quase dobrou em 16 anos (IBGE), talvez seja o caso.