segunda-feira, 31 de maio de 2010

Afinal, uma proposta "poderosa" sobre a imprensa

Finalmente apareceu, no início de maio, uma proposta de autorregulamentação da imprensa que coincide, nas suas linhas principais, com a idéia que lancei já faz tempo, escapando do dilema controle oficial X total falta de limites (tanto um como o outro só servem aos interesses dos antidemocratas, para quem o Estado e a imprensa estão acima da sociedade). O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP) defendeu a criação de um conselho de autorregulamentação da mídia. Segundo ele, "seria um órgão democrático, aberto, como é o Conar (Conselho de Autorregulamentação Publicitária), com a participação de todos os segmentos"(Vejam o meu post de 4/1/010 sobre o assunto).
Pode funcionar? Pode. De fato, estamos atrasados uns 60 anos nesta questão, em relação a países como a Inglaterra, onde organismo semelhante existe desde 1953 e foi sendo desenvolvido e melhorado desde então. É a Press Complaints Comission (Comissão de Reclamações sobre a Imprensa), entidade civil com um quadro fixo de 17 conselheiros, a maioria sem ligação direta, ou sem nenhuma ligação com a indústria britânica da comunicação. Outra parcela é constituída de editores e diretores de jornais e as reclamações do público são avaliadas com base num código elaborado pelos editores e firmado por toda a imprensa do país. Só em 2009, a Comissão analisou 39 mil reclamações recebidas por fax, telefone ou correio eletrônico. A página da Comissão (http://www.pcc.org.uk/) é de máxima transparência, com explicações detalhadas sobre o seu funcionamento.
Só pode dar certo, se quisermos superar os atrasos e preconceitos nessa questão.

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